imagine só
Você acorda
Fica em silêncio. Absoluto.
Sem celular. Sem computador. Sem falar com ninguém. Apenas no silêncio.
Você se senta onde quiser: no sofá, na cadeira, na beira da cama. Não importa.
Você pensa. Pensa. Pensa. Pensa....Imagina.
Nada mais. 30 minutos.
Você passou 30 minutos sem pegar no celular. Parabéns.
um retorno ao passado
Talvez você não saiba (ou tenha esquecido), mas houve um tempo não tão distante em que o celular era fixo.
Ou seja, um telefone. Um telefone fixo.
Literalmente fixo. Preso por fios. Loucura.
Os celulares, quando começaram a se popularizar, ficavam na bolsa, na mochila, junto com as chaves, na entrada de casa.
Quem quisesse falar com você, ligava para o telefone de casa.
– Alô, por gentileza, o João Paulo está?
– Quem fala?
– Fulano da Silva, do colégio.
Lembro das vezes em que meu irmão atendia o telefone fingindo ser eu. A voz dele era idêntica à minha.
Minha mãe ficava doidinha.
Aqui em casa, com a minha esposa, estou resgatando esse hábito.
Não de fazer ela ficar doidinha, óbvio.
seu telefone fixo improvisado
Tenho tratado meu celular como se fosse um telefone fixo – um objeto que complementa a decoração de casa.
Assim que entro em casa, ele fica em um lugar específico e, de lá, não sai, até eu sair de casa.
Se alguém ligar, ele toca. Simples.
Mensagens? Eu faço o possível para olhar apenas em horários de trabalho, das 9h às 18h.
Durante esses horários, eu até me permito olhar redes sociais.
Mas eu coloco um cronômetro de 15min. Quando tocar, eu paro e volto ao trabalho.
Ninguém é de ferro, né?
Mas o princípio é simples: se for urgente, me ligue. Eu atendo, pode deixar.
difícil, mas fica fácil
No começo, pode ser estranho, até um pouco desconfortável.
Afinal, meu celular não emite mais notificações – todas foram desativadas. Nenhum som, exceto o toque de uma chamada.
– Ué, o João está demorando para responder. Será que aconteceu alguma coisa?
Sim. Aconteceu.
As pessoas, compreensivelmente, estranharam no início.
Só no início. Depois... não sei. Do nada passaram a me ligar.
porque?
O celular tornou-se quase uma extensão do seu corpo.
Sempre que surge um respiro de tempo, que antes seria ocupado pelo tédio, a sua mão automaticamente se estica para pegar o celular e conferir o irrelevante.
O copy+paste regurgitado no seu feed infinito.
Você pode escolher diferente. Escolher estar mais offline. Eu prometo: não dói.
Pausas são terrenos férteis, para deixar sua mente divagar (e devagar), e não terceirizar ao celular.
O verdadeiro ritmo da vida é cultivado, afinado pelas pequenas escolhas diárias.
então uma proposta: cartas
Quero escrever para você uma carta.
Sim. Uma carta de papel, escrita à mão e à caneta, diretamente de Vancouver, Canadá.
Imagine uma consultoria pessoal sobre produtividade de uma sessão só.
Longe da confusão do seu inbox.
Este ano, eu quero mais proximidade, mais arte e menos likes.
Se topar, preencha esse formulário.
Aperte os cintos. A consultoria de produtividade mais autentica que você vai ver em 2025.
Através de cartas.
Voltamos aos anos 80? Nos lemos em breve.
@paiva // @thejppaiva // paiva.me