produtividade diferente
Eu comecei o dia com uma lista, como sempre.
Mas tinha alguma coisa estranha ali. Alguma coisa que eu não conseguia organizar.
Não era falta de clareza. Era outra coisa. Um incômodo miúdo, como pedrinha dentro do tênis:
eu sabia o que precisava ser feito. Só não sabia... porquê.
modo automático
A gente se acostumou a medir produtividade pela execução.
Entrega > Output > Check.
Mas tem dias em que a tarefa certa, no horário certo, com a ferramenta certa... ainda parece vazia.
Porque a pergunta talvez não seja "o que eu preciso fazer hoje?" Mas "o que precisa acontecer depois que eu fizer isso?"
Tarefas são fáceis de preencher. Elas nos dão a sensação de progresso. Mas resultados, resultados reais, internos, simbólicos, pedem uma outra ótica.
Uma ótica que pergunta:
"Essa ação me aproxima do que eu quero sentir quando isso terminar?"
Foi nesse estado que tropecei num texto do Carl Pullein.
Ele falava sobre a diferença entre foco em tarefas e foco em resultados.
parece óbvio
Mas não é. Porque quando você opera só pelo fazer, é fácil esquecer o sentido.
E aí surgem as listas perfeitas que não mudam nada.
Foco em tarefas é: responde email.
Foco em resultados é: restabelecer confiança.
Foco em tarefas é: gravar vídeo.
Foco em resultados é: compartilhar uma ideia que cutuca.
Foco em tarefas é: escrever essa newsletter.
Foco em resultados é: que você pense diferente depois de ler essa newsletter.
como > pra quê
Esse pequeno desvio de ótica, do "como" para o "pra quê", muda tudo.
Ele te faz abandonar tarefas bonitas que não levam a lugar nenhum.
E te faz aceitar tarefas feias que te levam exatamente onde você quer chegar.
Às vezes, a tarefa certa parece errada porque o motivo dela tá mal contado.
E às vezes, a tarefa errada se disfarça de produtividade só porque ela te ocupa sem te confrontar.
continuo fazendo listas
Mas agora, antes de escrever o primeiro item, eu pergunto:
"O que eu quero ter feito quando o dia acabar?"
Não o que quero fazer. O que quero ter feito.
Parece detalhe... mas é abismo.
Esse email termina aqui.
O resto, é seu.
@paiva // @thejppaiva // paiva.me
